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Mais Alto!

by Mais Alto!

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  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    O primeiro disco de Mais Alto! vem dentro de um livro onde constam as letras destas canções revolucionárias e as histórias de cada uma. Com textos de Isabel Minhós Martins e ilustrações de Bernardo P. Carvalho (a compra do livro-disco inclui o download digital)

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1.
Comida 03:07
Bebida é água Comida é pasto Tu estás com sede de quê? Tu estás com fome de quê? A gente não quer só comida A gente quer comida, diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída para qualquer parte A gente não quer só comida A gente quer bebida, diversão, balé * A gente não quer só comida A gente quer a vida como a vida quer Bebida é água Comida é pasto Tu estás com sede de quê? Tu estás com de quê? A gente não quer só comer A gente quer comer e quer fazer amor ** A gente não quer só comer A gente quer prazer pra aliviar a dor A gente não quer só dinheiro A gente quer dinheiro e felicidade A gente não quer só dinheiro A gente quer inteiro e não pela metade Bebida é água Comida é pasto Tu estás com sede de quê? Tu estás com fome de quê? Diversão e arte Para qualquer parte Diversão balé Como a vida quer Desejo Necessidade, vontade
2.
O GALO É O DONO DOS OVOS O galo é o dono da casa A galinha, da cozinha Ou se porta direitinha Ou apanha com a asa Que o galo é o dono da casa O galo canta de galo A galinha, cacareja E o pintainho deseja O fim de tanto badalo E o galo canta de galo O galo come faisão A galinha é quem o assa E o pobre o pinto passa Passa uma fome de cão E o galo come faisão O galo é o dono dos ovos A galinha é quem os bota E o pinto é compatriota Da miséria de outros povos Que o galo é dono dos ovos Por mais que cante o galo O galo está a dar o berro É que nem com mão de ferro Faz do pinto seu vassalo Por mais que cante o galo Anda amarelado o galo Como a gema que o pariu O sol nunca lhe sorriu Quanto ao pinto, é um regalo Não há sol que não o tisne O galo canta de galo Para o pinto é o canto do cisne
3.
4.
A FORMIGA NO CARREIRO A formiga no carreiro Vinha em sentido contrário Caiu ao Tejo, caiu ao Tejo Ao pé dum septuagenário Larpou trepou às tábuas Que flutuavam nas águas E de cima de uma delas Virou-se pró formigueiro Mudem de rumo, mudem de rumo * Já lá vem outro carreiro A formiga no carreiro Vinha em sentido diferente Caiu à rua, caiu à rua No meio de toda a gente Buliu abriu as gâmbias Para trepar às varandas * A formiga no carreiro Vinha em sentido diferente Caiu à rua No meio de toda a gente Buliu abriu as gâmbias Para trepar às varandas * A formiga no carreiro Andava a roda da vida Caiu em cima de uma espinhela caída Furou, furou à brava Numa cova que ali estava *
5.
Cala-te e come, Tu não precisas de indagar a direção Cala-te e come, Tu não tens necessidade de reter tanta informação Cala-te e come, Já não és novo, vê se prestas atenção Mas acalma-te e come Que não tens ainda idade para morrer do coração Cala-te e come, Passaste ao largo da tua revolução. Cala-te e come, Há muito que chegaste a essa conclusão — ou não Cala-te e come, e limpa-te ao guardanapo Que é essa velha frustração Mas acalma-te e come, Foste capaz de tomar a tua própria indecisão Cala-te e come, come-te e cala, cala-te e come * Cala-te e come, Senta-te, e entretanto liga a televisão Cala-te e come, Corre os canais à procura de distração Cala-te e come, Que a angústia vem sempre que persegues ação Mas acalma-te e come, Assim prostrado nem dás conta dessa estúpida aflição Cala-te e come, Comer e calar é mais que uma obrigação Cala-te e come, Esse menu é a derradeira refeição Cala-te e come, E agradece ou não te deram nenhuma educação? Homem, acalma-te e come, Não te canses, guarda para ti a tua inútil opinião * Cala-te e come, Tu não precisas de indagar a direção Cala-te e come, Tu não tens necessidade de reter tanta informação Cala-te e come, Não precisas de passar fome Cala-te e come, Deita-te e dorme
6.
7.
Ou se as coisas estão melhorando Não sei se eu vou ter algum dinheiro Ou se eu só vou cantar no chuveiro ‘Tou no colo da mãe natureza Ela toma conta da minha cabeça É que eu sei que não adianta mesmo a gente chorar A mamãe não dá sobremesa Mamãe, ma-mamãe natureza!
8.
Joãozinho 02:42
Perdeu as asas nesse bando E foi voar à solta O cãozinho a meio da sesta acordou Até lavar o nosso pranto Cantou a boa nova E agora vai vivendo sem pressa Se falhar não é perder É só um pretexto para recomeçar E a regra vai quebrar até mudar a norma Rio turvo a nascer Não fujas desse teu particular Que a resposta ‘tá lá ao fundo na foz Se não há um tempo certo Para crescer e ficar esperto Cada qual o seu Não faz mal cair ter medo Vá não chores em segredo Se não choro também eu Deixa lá, João Se a mudar voltou ao mesmo E o dia soube a uma lembrança A mudança a um regresso E o regresso a uma mudança Perdoa esse gente tão chata E a vida boa sem ter anjo da guarda Um dia vai bater E sem ligar ao que eles vão achar O mistério ali à espreita ainda sabe a pouco Rio turvo a correr E o que à nascente te quis separar Foi só p’ra te entregar lá no fundo da foz Quem te quis doirar a história Em conquistas e vitória Quanto te escondeu? P’ra te ver fuçar na escola Ser macho e jogar à bola Mas se isso aborreceu Deixa lá, João E vive sem pressa Deixa lá, João Que há coisas neste mundo que se encantam só para ti
9.
10.
Vou andando por terras de França Pela viela da esperança Sempre de mudança Tirando o meu salário Enquanto o fidalgo enche a pança O zé povinho não descansa Há sempre uma França Brasil do operário Não foi por vontade nem por gosto Que deixei a minha terra Entre a uva e o mosto * Fica sempre tudo neste pé Vamos indo por terras de França Com a pobreza na lembrança Sempre de mudança Com olhos espantados Canta o galo e a governança A tesourinha e a finança E os cães de faiança Ladrando afinados * Vamos indo por terras de França Trocando a sorte pela chança Sempre de mudança Suando o pé de meia Com a alocação e a segurança Com sindicato e com vacança Há sempre uma frança Numa folha de peia *
11.
Uma caixa bem na praça, uma caixa bem quadradinha Uma caixa, outra caixa, todas elas iguaizinhas Uma verde, outra rosa e uma bem amarelinha Todas elas feitas de tic tac, todas elas iguaizinhas As pessoas dessas casas vão todas pra universidade Onde entram em caixinhas quadradinhas iguaizinhas Saem doutores, advogados, banqueiros de bons negócios Todos eles feitos de tic tac, todos, todos iguaizinhos Jogam golf, jogam pólo, bebendo um bom martini dry Todos têm lindos filhinhos, bonequinhos engomadinhos As crianças vão pra escola, depois pra universidade Onde entram em caixinhas e saem todas iguaizinhas Os rapazes ficam ricos e formam uma família Todos eles em caixinhas, em casinhas iguaizinhas Uma verde, outra rosa e outra bem amarelinha E são todas feitas de tic tac, todas, todas iguaizinhas
12.
13.
‘Bora lá falar da arte Da arte de sobreviver Daquela que se descobre Quando não há que comer Há os que roubam ao banco Os que não pagam por prazer Os que pedem emprestado E os que Fazem render Este dia a dia é duro É duro de se levar É de casa p’ró trabalho E do trabalho p’ró lar Levas assim uma vida Na boinha sem pensar Mas há de chegar o dia Em que tens De me pagar Ai é o dia De São Receber Dia de São receber * Dia de São receber Já não chega o que nos tiram À hora de pagar É difícil comer solas Estufadas ao jantar De histórias mal contadas Anda meio mundo a viver Enquanto o outro meio Fica à espera De receber Ai é o dia De São Receber *
14.
Arco-Íris 03:52
Há meninas em rebanho E há bandos de rapazes Elas são sossegadinhas Eles devem ser audazes Dizes tu que não condizem Cor de rosa e azul celeste Cada sexo em seu lugar Foi assim que me fizeste Mas então por que razão Ainda vês com maus olhos O homem que ama outro homem A mulher que ama a mulher Se os separas à nascença E fazes tanta questão De manter a diferença Entre a irmã e o irmão Viva a maria rapaz E o rapaz que não é peste Viva a roupa que baralha O sexo de quem a veste Viva todo o arco-íris E a cor que se mistura Sete quintas, meias tintas Viva a fúria e a doçura Não me voltes a dizer Que as crianças a crescer Precisam de copiar O papá e a mamã Deixa ser eu a escolher Por quem me perco e me dano Porque eu amo a minha irmã E amo também o meu mano
15.
Terra Firme 04:06

about

O primeiro disco de Mais Alto! é também um livro ilustrado onde constam as letras de todas as músicas – versões de Sérgio Godinho, Xutos & Pontapés, Titãs, Rita Lee, Luís Severo, Titãs, Nuno Prata, Benjamim, José Afonso, Malvina Reynolds e José Mário Branco – bem como textos que explicam porque gostamos delas e as queremos cantar.

*
Depois de uma digressão de mais 50 concertos por todo o território nacional, sobretudo para o público escolar, juntámo-nos para responder à pergunta: quando gravam um disco?

*

sobre Mais Alto!

Não é só a partir das ruínas ou dos tratados que podemos conhecer a História. As músicas também podem ser documentos históricos e dar-nos pistas sobre como era a vida num lugar, numa dada época: o que preocupava as pessoas, que sonhos as moviam, que injustiças as entristeciam ou, pelo contrário, o que as fazia felizes.


Só nos resta dizer:
Cantem conosco, bem alto!
O mundo está a precisar.

credits

released April 19, 2024

DISCO

Música: Afonso Cabral, Francisca Cortesão, Inês Sousa, Sérgio Nascimento
Narração: Isabel Minhós Martins e João Vaz Silva
Gravado por Nelson Carvalho (estúdio louva-a-deus), assistido por Tiago Correia e João Mendes
Gravações adicionais: Afonso Cabral
Mistura: Nelson Carvalho (estúdio louva-a-deus)
Masterização: Mário Barreiros (MB Estúdio)

LIVRO:

Textos: Isabel Minhós Martins (exceto letras de músicas)
Ilustrações: Bernardo P. Carvalho

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louva-a-deus Lisbon, Portugal

um novo estúdio no quase-centro de lisboa que é também uma editora e uma agência / a new studio at the outskirts of the Lisbon city centre, which is also a label and booking agency

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